Esc. Sec. Fernando Lopes Graça

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O PAPEL DOS MASS MEDIA NA CONSTRUÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA E A EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO


O PAPEL DOS MASS MEDIA NA CONSTRUÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA E A EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.


Os mass media representam uma época em que o fluxo de comunicação é unívoco, pois o receptor das mensagens limita-se precisamente a esse papel, pertencendo a uma massa informe, sem capacidade de resposta.
A interactividade é inexistente.
O emissor - os mass media - é todo-poderoso, omnipotente.
Estes média são pois formas de comunicação através das quais usamos o tempo de utilização com carácter imutável: eles são unilineares.
Os mass média são estruturas altamente organizadas; pretendem satisfazer as preferências e as exigências dos sectores do público que representam a maior fatia no mercado.
Só assim eles podem manter um equilíbrio económico, visto que dependem das receitas provenientes da publicidade.
Esta lógica é impossível de contrariar: temos de seguir a maioria.
Na era da informação, os mass média tornaram-se maiores e mais pequenos.
Se estações de televisão como a CNN têm uma ampla difusão e abarcam um público constituído por milhões de pessoas, o mesmo se passando (ainda que a um público menos numeroso) com a rádio, alguma imprensa ou serviços de cabo exemplificam uma difusão especializada, visando um público pequeno, mas com gostos definidos.
Talvez o cinema seja um meio termo entre os restantes mass média.
A minha pesquisa sobre os mass média envolveu vários campos, nomeadamente o problema da manipulação, a questão da persuasão, o estudo sobre a sua influência, até chegar ao debate das suas funções.
Neste último ponto, o interesse recai sobre a dinâmica do sistema social e o papel desempenhado pelos meios de comunicação social na sociedade.
Um estudo sobre as funções psicológicas e sociais dos mass média, elaborado por Katz, Gurevitch e Haas, em 1973 - « On the Use of Mass Media for Important Things » - separa 5 classes de necessidades que os mass media satisfazem:
Necessidades cognitivas (adquirir e melhorar tanto conhecimentos como compreensão).
Necessidades afectivas e estéticas
Necessidades de integração a nível da personalidade (estabilidade emotiva, maior segurança, aumento de credibilidade e ascensão na posição social)
Necessidades de integração a nível social (mais contactos interpessoais, com a família e os amigos)
Necessidades de evasão (aliviar as tensões, atenuar os conflitos).
Um quarto de século depois, é possível afiançar que estas mesmas necessidades podem ser satisfeitas ao nível dos self média, nomeadamente com a internet, e de uma forma mais completa e variada.
A eficácia quase mítica que se atribui aos meios de comunicação de massa, quanto ao seu efeito manipulativo e persuasor nas mentes humanas, tem hoje menos razão de ser, nas sociedades desenvolvidas, perante um público mais desconfiado, que não aceita tudo o que vê ou ouve, um público que não acredita forçosamente na eficácia destes media, um público que tem acesso a outras formas de comunicação, mais pessoais e directas.
Com base no texto acima explanado, estamos em condições de dizer que hoje, os média desempenham uma função que não tinham há anos atrás.
Se dantes reportavam decisões e atitudes, hoje interferem directamente e de uma maneira activa nessas mesmas decisões.
Os cidadãos têm, aparentemente, maior participação nessas decisões mas, na prática, muitas vezes isso não acontece.
Porque os media são propriedade de grupos com interesses económicos e políticos determinados, reportando mais claramente esses interesses do que propriamente os dos cidadãos.
Dadas as novas tecnologias e a capacidade de influência que os média têm, este problema é fundamental nos dias de hoje.
Hoje, não podemos falar de uma opinião pública nos termos em que se falava, por exemplo, na primeira metade do século XX.
A opinião pública julga pensar autonomamente em função da mensagem que lhe é transmitida, mas esta é previamente determinada para ela.

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